15º Dia: Domingo, 14 de abril
ESPÍRITO DE CONSELHO E FORTALEZA
Inspire-se: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o ESPÍRITO DE CONSELHO E DE FORTALEZA, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Is 11, 2)
Medite: Os dons parecem ser conceitualmente tão próximos, como, por exemplo ao se falar de sabedoria e conselho ou entendimento e conhecimento (ciência). E realmente o são. Na verdade são apenas uma forma de explicitar a multíplice ação do Espírito em nós. O Dom do Conselho aponta o discernimento interior diante das escolhas que temos que fazer na vida, o que implica uma contínua atitude de escuta, buscando ir além das aparências, sobretudo ao emitir julgamentos sobre algo ou alguém. É também a partir desse dom que somos capacitados a ajudar ao próximo a escolher o bem e a renunciar ao mal. Já o Dom da Fortaleza equipara-se à coragem, como, aliás, aparece em outra tradução do versículo citado. É a partir desse dom que recebemos as tantas promessas que Deus nos entregou na Palavra, ao dizer: “não tenhais medo!” Sob o impulso do Espírito Santo, o cristão segue em frente, não desanimando diante das tribulações ou ataques do inimigo.
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Espírito Santo, Conselheiro Divino, concedei-me o Dom do Conselho.
- Segunda Dezena: Inspirai-me o que devo pensar, o que devo falar, como devo agir.
- Terceira Dezena: Espírito Santo Consolador, concedei-me o Dom da Fortaleza.
- Quarta Dezena: Fortalecei-me para que eu supere as tribulações, os medos e as insídias do maligno.
- Quinta Dezena: Vinde e ajudai-me a perseverar na fé até o momento final.
Guarde: Conselho para seguir o bom caminho e Fortaleza para superar os obstáculos!
16º Dia: Segunda, 15 de abril
ESPÍRITO DE CONHECIMENTO E DE TEMOR DO SENHOR
Inspire-se: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o ESPÍRITO DE CONHECIMENTO E DE TEMOR DO SENHOR.” (Is 11, 2)
Medite: O Dom do Conhecimento é também chamado de ciência. Novamente, não se trata de um conhecimento científico, mas daquela percepção que o Espírito comunica em relação ao mistério amoroso da Providência divina que tece a trama da história humana, mesmo quando o pecado nega e quebra o Plano de Deus. É um conhecimento que confia e sabe que a última palavra em todas as coisas vem de Deus e que Ele tem o controle sobre todas as coisas. Já o Dom do Temor de Deus enraíza na vida do discípulo a humildade reverente diante de Deus, feita de um respeito que brota do amor. Ele age como remédio diante do orgulho prepotente que leva à rebeldia. Tão necessário dom a ser buscado!
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Espírito Santo, Advogado Celestial, concedei-me o Dom da Ciência.
- Segunda Dezena: Que eu abrace os planos de Deus para minha vida e seja a Ele obediente.
- Terceira Dezena: Espírito Santo, Consolador dos aflitos, concedei-me o Dom do Santo Temor.
- Quarta Dezena: Que em meus pensamentos, palavras e atos eu não ofenda o Amor do Pai.
- Quinta Dezena: Vinde e permanecei em mim.
Guarde: Ciência para amar mais e Temor de Deus para não me afastar do Amor.
17º Dia: Terça, 16 de abril
ESPÍRITO DE VOSSO PAI
Inspire-se: “Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.” (Mt 10, 20)
Medite: Você é mãe ou pai? O que você seria capaz de fazer pelo seu filho? O que daria a ele como expressão do seu amor? Pois imagine o Amor de Deus nosso Pai! Por amor a nós, enviou-nos o seu Filho (Jo 3, 16); por amor, permitiu o seu sofrimento para nos salvar; por amor, ressuscitou-nos com Ele para nos tornar partícipes do seu Ser. E por amor, enfim, deu-nos o Espírito Santo, que é o próprio Amor entre o Pai e o Filho.
No meio de tantas comunicações equivocadas entre nós, quando não sabemos o quê falar, como falar e quando falar, há essa promessa de que o Espírito Santo nos inspirará. Mas isso só se dá com humildade. Há gente por aí que vocifera diante dos outros, dizendo-se inspirada pelo Espírito Santo, mas como falta amor, nada mais é do que ilusão ou até prepotência, que é um pecado. Como precisamos dessa “nova linguagem” no Espírito. Apenas seja dócil, desarme seu coração, peça sabedoria e o Espírito do Pai dará a você palavras acertadas. Afinal, lembre-se que, antes de mais nada, o Espírito “falará em vós”, no interior, o que exige profunda escuta. Que Ele desperte nossos ouvidos para ouvir!
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Espírito de Deus, Espírito do Pai, doce presença em mim.
- Segunda Dezena: Silencia meu interior para que eu ouça o que convém.
- Terceira Dezena: Fala ao meu coração, Espírito Santo.
- Quarta Dezena: Dá-me a palavra prudente, amorosa e que gere luz.
- Quinta Dezena: Muito obrigado por todo cuidado que tens comigo, Espírito Santo.
Guarde: Para o Espírito falar por mim, é preciso que, antes, fale em mim!
18º Dia: Quarta, 17 de abril
FORÇA DO ALTÍSSIMO
Inspire-se: “Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’. E o anjo afastou-se dela.’” (Lc 1, 34-35.38)
Medite: Há uma outra tradução que usa o termo “poder do Altíssimo”. Pense nessa cena acontecida na pequena Nazaré. A jovem Miriam, Maria, provavelmente estava rezando. Estaria no seu quarto, no campo, seus pais estariam por perto? Certamente foi num momento de quietude. Ela estava receptiva. Ela sempre fora receptiva. Gabriel não encontrou resistência. Maria não desfaleceu, como acontecera na visita que ele fizera a Daniel, o profeta (Dn 10). Ela não duvidou, apenas questionou como se faria tal coisa.
O Espírito Santo, como Força do Altíssimo não é opressor, não violenta a personalidade humana – nós nem suportaríamos tal coisa – apenas vem como “sombra”. Quando uma sombra passa por você, você sente algo diferente no seu físico? O Espírito vem com força, poder, mas de forma suave, silenciosa e profundamente fecundadora.
Ao rezar, hoje, evoque esta cena da Anunciação. Sinta Nossa Senhora ao seu lado e peça a ela que reze com você. O que o Espírito Santo, “Força do Altíssimo” precisa gerar em você? Onde sua “Sombra” de proteção e aconchego precisa chegar em seu Ser?
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Vem, Espírito Santo, vem Força do Altíssimo.
- Segunda Dezena: Vem, pela poderosa intercessão da Virgem Maria.
- Terceira Dezena: Gera em mim o homem (mulher) novo(a).
- Quarta Dezena: Quero esconder-me no aconchego de tua Sombra, Espírito Santo.
- Quinta Dezena: Mãe Santíssima roga por mim. Ajuda-me a abraçar a Vontade do Pai.
Guarde: A Força do Altíssimo é capaz de gerar em mim tudo o que realmente necessito!
19º Dia: Quinta, 18 de abril
O DEDO DE DEUS
Inspire-se: “Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: ‘Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros. Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul. Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes! Mas se expulso os demônios pelo Dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus.” (Lc 11, 17-20)
Medite: O termo “Dedo de Deus” é uma expressão utilizada no contexto teológico e bíblico para se referir a uma manifestação divina de poder e autoridade. Essa expressão é mencionada em diferentes passagens da Bíblia, e seu significado está relacionado à intervenção sobrenatural de Deus na vida das pessoas e na história da humanidade. Ela aparece, muito particularmente, no Antigo Testamento, como, por exemplo, no Livro do Êxodo: é pelo “Dedo de Deus” que os hebreus são libertos da escravidão no Egito, assim como as tábuas da Lei são escritas no Sinai. No Novo Testamento, essa mesma autoridade é revelada como o poder do Espírito Santo, agindo nas curas e milagres que Jesus realizava.
Assumir o “Dedo de Deus” em sua vida significa reconhecer a autoridade de Deus em todas as coisas, tanto submetendo-se a ela, como também para nos fortalecê-lo nas tantas batalhas que enfrentadas, sobretudo na luta contra o mal, como é apontado no texto bíblico de hoje. Creia que o “Dedo de Deus” está sobre a sua vida e, com você, vai escrevendo a sua história.
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Vinde Espírito de Deus, com autoridade e poder.
- Segunda Dezena: Triunfai sobre toda obra do mal.
- Terceira Dezena: Eu me submeto à tua autoridade, Espírito de Deus.
- Quarta Dezena: Convosco, o mal não prevalecerá sobre a minha vida.
- Quinta Dezena: Escrevei comigo, Espírito Santo, a história de minha vida.
Guarde: Quem está sob o Dedo de Deus triunfa sobre todas as arquitetações do mal.
20º Dia: Sexta, 19 de abril
O ESPÍRITO DA VERDADE
Inspire-se: “É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas vós O conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, Ele vos ensinará toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e vos anunciará as coisas que virão.” (Jo 14, 17; 16, 13)
Medite: Na Bíblia, o conceito de Verdade não tem, prevalentemente, uma conotação filosófica através de conceitos abstratos, mas é uma Pessoa: Jesus. Estar em comunhão com a verdade é viver em aliança com Ele. Portanto, é muito mais relacional do que conceitual. O que não significa um relativismo, onde, supostamente, cada um tem a “sua verdade”. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6). A Verdade foi revelada por Deus e entregue a uma Comunidade de Fé, a Igreja. Ela não é “dona da verdade”, mas sua serva humilde e sempre à escuta do Espírito que não muda a verdade, mas a atualiza, em novas luzes e, portanto, compreensões. Para tanto, é que existem critérios a serem observados cuidadosamente. Costuma-se dizer que a Igreja demora a se atualizar e que até está ultrapassada, diante da evolução da ciência. Mas a Igreja é criteriosa e, portanto, prudente. O que marca a identidade da Igreja, assim deve ser com o cristão, ou seja, aquele que é guiado pelo Espírito. O discípulo está diante de sua consciência em todos os momentos, agindo com seu livre arbítrio, mas sempre apoiado nas Sagradas Escrituras e na Tradição da Igreja. Quando se age assim, evita-se o desvio e, consequentemente, o erro.
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Espírito Santo, Espírito da Verdade, conduza-me sempre.
- Segunda Dezena: Permanece comigo, esteja sempre em mim.
- Terceira Dezena: Na dúvida, esclarece-me; no erro, corrija-me.
- Quarta Dezena: Espírito Santo, leva-me sempre a Jesus, Caminho, Verdade e Vida.
- Quinta Dezena: Que eu jamais renegue meu Batismo, minha fé.
Guarde: Se caminho com a Igreja, sempre permanecerei na Verdade.
21º Dia: Sábado, 20 de abril
O ESPÍRITO DE GLÓRIA
Inspire-se: “Se fordes ultrajados pelo nome de Cristo, bem-aventurados sois vós, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós.” (1Pd 4, 14)
Medite: O Espírito de Glória do discípulo é o mesmo do seu Senhor: a glória do Crucificado, d’Aquele que se esvaziou de si mesmo, por amor; que, de Senhor, tornou-se servo; de Deus Onipotente, tornou-se humano. Nenhum esvaziamento que possamos provar vai nos fazer chegar ao alcance do movimento que o Verbo Eterno de Deus, o Filho Bendito do Pai, fez por Amor. Nossa glória não é da exaltação sobre seja quem for, “pois todo o que se exaltar será humilhado, e o que se humilhar será exaltado” (Lc 14, 11).
O apóstolo Pedro, que lemos hoje, participou de perto não só do ensinamento, mas de cada gesto concreto de Jesus, que comunicou essa verdade. Ele sabia que para participar da glória final, na ressurreição, era necessário passar pela Cruz.
Em São João essa perspectiva é apontada do início ao fim do Evangelho: a glorificação é a Cruz: “Agora minha alma está perturbada, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não! Eu vim precisamente com esse propósito e para esta hora. Pai, glorifica o teu Nome!” Então, veio uma voz dos céus, dizendo: ‘Eu já o glorifiquei e o glorificarei uma vez mais.’ Todavia, a multidão que estava ali, tendo ouvido a voz, dizia ter trovejado. Outros garantiam: ‘Um anjo falou com Ele’ (Jo 12, 27-29).
Por vezes, em alguns grupos cristãos não católicos – principalmente – quando se fala de “glória” é sempre numa perspectiva de sucesso, prosperidade, riqueza, vitória. É uma promessa de Deus? Sim. Mas pode ser uma sedução mundanista? Com certeza. Alguns tantos “aleluias” que brotam efusivos de alguns cultos se manteriam, se fosse profetizada a cruz na vida dos fiéis? Duvido muito. Que tipo de glória buscamos? Que tipo de glória o Espírito Santo nos apresenta? É o Espírito de Glória do nosso Mestre que, efetiva e afetivamente, queremos?
Ore: Reze com seu Terço, sempre iniciando com a renovação da sua fé (O CREDO) e 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias. A seguir, reze as jaculatórias a cada dezena.
- Primeira Dezena: Espírito Santo, Espírito de Glória do meu Senhor Jesus.
- Segunda Dezena: Uno-me à tua glória na entrega e na vitória.
- Terceira Dezena: Ajuda-me a abraçar a Cruz, quando preciso for.
- Quarta Dezena: Faz-me crescer e amadurecer conforme o Coração de meu Mestre.
- Quinta Dezena: Espírito Santo, que eu viva de tal forma que participe da glória final.
Guarde: A glória verdadeira é a vitória pela Cruz!
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