5º Dia: Domingo, 09 de março

SÓ O AMOR PERMANECERÁ

A Escritura: Nisso todos conhe­cerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13, 35)

O Papa: a única realidade que pode unificar tudo é, em última análise, o amor. Ao não se dar o devido valor ao coração, desvaloriza-se também o que significa falar a partir do coração, agir com o coração, amadurecer e curar o coração. Quando não se consideram as especificidades do coração, perdemos as respostas que a inteligência por si só não pode dar, perdemos o encontro com os outros, perdemos a poesia. E perdemos a história e as nossas histórias, porque a verdadeira aventura pessoal é aquela que se constrói a partir do coração. No fim da vida, só isto contará.” (n. 10 e 11)

Refletindo: O Papa fala dos tantos fragmentos que temos em nossa vida. A ânsia pela inteireza ou integração habita dentro de cada ser humano e ela é buscada de muitas formas, mas, por vezes, é confundida com a uniformidade e isso acaba por gerar a incapacidade de se lidar com a diversidade dentro e fora de nós mesmos. Integrar não é reduzir ao único, mas compor as diferenças. Só no amor pode-se chegar a viver e a agir a partir do coração. Ele é a única chance que temos de nos tornarmos um, ao modo que Deus é.

Nossa oração: Amado Jesus, não podemos imaginar qual o nível de unidade que tens com o Pai e o Espírito Santo, mas damos a isso o nome de amor, pois é como percebemos, ainda que imperfeitamente, a forma como nos ligamos ao outro e nos sentimos mais inteiros, apesar dos tantos fragmentos que povoam nossa vida. Fecunda-nos com este amor para que sejamos um, como Tu és um com o Pai e o Espírito Santo. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: No fim da vida, só o amor contará!


6º Dia: Segunda-feira, 10 de março

DEIXAR-SE OLHAR

A Escritura: “Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: ‘Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’. Ele entristeceu-se com essas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.” (Marcos 10, 21-22)

O Papa: “Consegues imaginar esse instante, o encontro entre os olhos deste homem e o olhar de Jesus? Se te chama, se te convoca para uma missão, primeiro Ele olha para ti, penetra no teu íntimo, percebe e conhece tudo o que há em ti, pousa sobre ti o seu olhar: ‘Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos […]. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos’ (Mt 4, 18.21) …diante do próprio mistério pessoal, talvez a pergunta mais decisiva que se possa fazer seja esta: tenho coração?” (n. 39 e 23)

Refletindo: O convite hoje é a nos deixarmos olhar pelo Senhor. Não um olhar acusativo, recriminatório, mas que ama, que convida à intimidade, a deixar-se amar e o consequente seguimento. E junto à pergunta que o Papa apresenta – “tenho coração?” – preciso me questionar onde tem andado o meu coração. O jovem rico não foi capaz de dar o passo decisivo naquele momento. Qual teria sido o desdobramento desse “não” silencioso que foi dado? Talvez, à frente, tenha caído em si e mudado de perspectiva. Deus sempre estará nos esperando, mas será que estaremos dóceis, diante de uma nova oportunidade? Hoje é o dia! Deixe-se olhar e siga!

Nossa oração: Por vezes, Senhor, me pergunto se tenho sido dócil diante do teu constante chamado. Fecho agora os meus olhos para melhor perceber o teu olhar que continua se fixando em mim e me amando. Não quero virar as minhas costas e ir embora. Afinal, a quem irei, Senhor?  Só Tu tens palavras de vida eterna. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: Ele percebe, penetra e conhece tudo o que há em mim!


7º Dia: Terça-feira, 11 de março

ENCONTROS QUE AQUECEM

A Escritura: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lucas 24, 32)

O Papa: “Porque é o coração que origina a proximidade; é pelo coração que me encontro junto dos outros e os outros estão igualmente junto de mim. Só o coração pode acolher, dar refúgio. A interioridade é o ato e esfera do coração.” (n. 12)

Refletindo: Por vezes, nas estradas da vida, nosso coração assemelha-se ao dos discípulos de Emaús: decepcionado, frustrado, entristecido, desanimado… Os sonhos parecem ter desaparecido e a esperança vai se apagando aos poucos, como a luz de uma vela que crepita com a última porção de cera. Até que o Senhor se aproxima de uma forma que nós nem percebemos que seja Ele, como aquele forasteiro que caminhava ao lado deles. Aos poucos, o coração volta a abrasar-se. Pode não ser num dia, nem numa semana ou em um ano, mas o vigor vai voltando, a cera não acaba, a chama não apaga. E tudo isso se dá pela força transformadora do encontro. Encontros verdadeiros sempre fazem o coração arder. Se nossos humanos encontros são assim, imagine um encontro real com Jesus.

Nossa oração: Amado Jesus, como meu coração precisa ser abrasado, como aconteceu com os discípulos de Emaús. São tantas coisas que o podem esfriar; realidades que, por vezes, vão se somando ao longo dos anos. Sim, eu preciso muito dessa presença acalentadora que aquece e cura meu coração. Bendigo-te pelos encontros que tive ao longo de minha vida e que me ajudaram a abrasar meu coração. Que eu seja uma presença de tal qualidade para outros que o Senhor colocar em meu caminho. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: A interioridade é o ato e esfera do coração!


8º Dia: Quarta-feira, 12 de março

AMA EM SEUS GESTOS

*Memória de Nossa Senhora Aparecida, na Paróquia Santo Afonso

A Escritura: “Chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: ‘Dá-me de beber’”. (João 4, 5-7)

O Papa: “O modo como nos ama é algo que Cristo não quis explicar-nos exaustivamente. Mostra-o nos seus gestos. Observando-O, podemos descobrir como trata cada um de nós, mesmo que nos custe perceber isso. Procuremos, pois, onde a nossa fé pode reconhecê-Lo: no Evangelho. Está sempre à procura, sempre próximo, sempre aberto ao encontro. Contemplamos isto quando se detém a conversar com a Samaritana, junto do poço onde ela ia buscar água.” (n. 33 e 35)

Refletindo: O poço é nossa interioridade. É dele que o Senhor se aproxima. Antes da samaritana chegar, Ele já estava ali. Ele espera, antecipa-se ao nosso movimento, toma a iniciativa. O poço é fundo, como vai nos mostrar a sequência da história. Não é o Senhor que não tem como tirar água, mas somos nós que não o temos. E o que haverá na profundidade desse poço que chamamos coração? Será tão somente água fresca e boa, própria para consumo? Não era o que acontecia com a samaritana; não é o que acontece conosco. Mas Ele já sabe e não se importa. Está disposto a nos dar Água-Viva, mas, mesmo assim, pede-nos de beber. É encontro e num verdadeiro encontro sempre há troca e o Senhor está totalmente aberto, ainda que a samaritana – e nós – não esteja. Aceite participar desse encontro.

Nossa oração: Senhor, dá-me de beber uma Água-Viva que me faz viver. O poço de meu coração é fundo e sou eu quem não tem como tirar dessa água. Na verdade, nem sei o que irei encontrar ali no fundo, mas quero, sobretudo me abrir a esse encontro transformador, como aconteceu com a samaritana. Também eu me encontro cansado nessas horas meridianas, sob o cáustico sol das provações. Comunica teu descanso ao meu coração. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: Estás sempre próximo, sempre aberto ao encontro!


9º Dia: Quinta-feira, 13 de março

ALÉM DAS APARÊNCIAS

A Escritura: “Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou: ‘Certamente é esse o ungido do Senhor’. Mas, o Senhor disse-lhe: ‘Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração’”. (1Samuel 16, 6-7)

O Papa: “Sejamos cautelosos: tenhamos consciência de que o nosso coração não é autossuficiente; é frágil e ferido. Recorramos, pois, ao Coração de Cristo, o centro do seu ser, que é uma fornalha ardente de amor divino e humano, a mais alta plenitude que a humanidade pode atingir. É aí, nesse Coração, que finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar.” (n. 30)

Refletindo: A aparência é o que primeiro nos desperta, que chama a nossa atenção. Assim aconteceu, por exemplo, com Moisés no episódio da sarça ardente (Ex 3). Ele foi atraído por aquele espetáculo de um arbusto que queimava sem se consumir, mas até diante do que “aparece” era necessário que se tirasse as sandálias. O outro é sempre um mistério e que vai muito além das aparências, como na passagem da escolha de Davi. Aquele que se baseia em sua avaliação apenas nas primeiras percepções equivoca-se profundamente. É assim que você gostaria que acontecesse com você? Para aprender a amar é preciso agir como Deus que vê muito além das aparências. É assim que você tem procurado fazer ao se aproximar das pessoas? Vale a pena até decorar essa “Oração da Manhã” que eu, particularmente, costumo rezar diariamente.

Nossa oração: Senhor, no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir-te a paz, a sabedoria e a força. Quero hoje olhar o mundo com olhos cheios de amor. Quero ser paciente, compreensivo, manso e prudente. Quero ver além das aparências teus filhos como Tu mesmo os vês e, assim, ver senão o bem em cada um deles. Fecha meus ouvidos a toda calúnia, guarda minha língua de toda maldade, para que só de bênçãos se encha minha alma. Que eu seja tão bondoso e tão alegre que todos aqueles que se aproximarem de  mim sintam tua presença. Reveste-me de tua beleza, Senhor, e que, no decurso desse dia, eu não te ofenda e te revele a todos. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: No Coração de Jesus eu me reconheço e aprendo a amar!


10º Dia: Sexta-feira, 14 de março

VENCENDO O MEDO

*** DIA DE JEJUM ***

A Escritura: “Redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’. No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?’” (Mateus 14, 30-31)

O Papa: “Trata-se de vencer o medo e de tomar consciência de que, com Ele, não temos nada a perder. A Pedro, que estava desconfiado, ‘Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: ‘Porque duvidaste?”’ (Mt 14, 31). Não tenhas medo. Deixa-O aproximar-se e sentar-se ao teu lado. Podemos duvidar de muitas pessoas, mas não d’Ele. E não te paralises por causa dos teus pecados. Recorda-te que muitos pecadores ‘sentaram-se com Ele’ (Mt 9, 10) e Jesus não se escandalizou com nenhum deles. Os elitistas da religião queixavam-se e chamavam-Lhe ‘glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores’ (Mt 11, 19). Quando os fariseus criticavam esta sua proximidade com as pessoas consideradas humildes ou pecadoras, Jesus dizia-lhes: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’ (Mt 9, 13)” (n. 37)

Refletindo: O medo paralisa, impede a vida circular, projeta fantasmas que não existem, distancia a pessoa de si mesma, dos seus sonhos e dos outros. O medo sepulta projetos e faz a vida minguar. É claro que não se trata daqueles “medos” necessários que são, na verdade, avisos da prudência diante de algum perigo. Há uma prática de religião e de política que é baseada no medo. Ameaça-se para se ter controle. Quantos líderes preferem mais ser temidos do que amados. Jesus veio e venceu, por nós esses medos. Nunca tenha medo de Jesus, ainda que você se sinta um grande pecador. O Coração d’Ele sempre estará aberto para acolher, aceitar, amar e perdoar você.

Nossa oração: Salva-me, Senhor, de mim mesmo. Das tantas coisas que me fazem afundar, tomado pelo medo e por tantas coisas que me impedem de seguir adiante. Derramo aos teus pés minha vida, como fez a pecadora; agarro em tuas mãos, como fez Pedro; grito por ti, como fez Bartimeu. Socorre-me, Senhor. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: Senta ao meu lado, Senhor! Fica comigo!


11º Dia: Sábado, 15 de março

AMOR SOLIDÁRIO

*Dia de São Clemente Maria Hofbauer, redentorista

A Escritura: “Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor.” (Mateus 9, 36)

O Papa: “Quando nos parece que somos ignorados por todos, que não há quem se interesse pelo que nos acontece, que não temos importância para ninguém, Ele permanece atento a cada um de nós.” (n. 40)

Refletindo: Hoje, celebramos São Clemente Maria Hofbauer, redentorista. Nasceu no dia 26 de dezembro de 1751, em Tasswitz, na República Tcheca. Era o nono de doze filhos nascidos do casal Maria e Paulo Hofbauer. No Batismo, recebeu o nome de João. Mais tarde, quando eremita, recebe o nome de Clemente. Pensou na carreira militar, como a de seu irmão. Mas foi a meta do sacerdócio que finalmente sobrepujou a carreira militar. Em 1771, uma viagem à Itália levou Clemente a Tívoli. Aí decidiu fazer-se eremita no santuário de Nossa Senhora de Quintiliolo e pediu ao bispo local o hábito de eremita. Foi aí que recebeu o nome de Clemente Maria. Manteve para a vida o hábito da oração e do trabalho. Voltou ao mosteiro para de novo ser padeiro e recomeçar o estudo do latim. Embora tivesse completado os estudos de Filosofia em 1776, não pôde ir adiante. Não era o tipo de vida que queria. Não era apostolado. Durante uma peregrinação à Itália em 1784, Clemente e seu companheiro de viagem, Tadeu Hübl, decidiram entrar numa comunidade religiosa. Os dois foram aceitos no noviciado redentorista de São Julião, em Roma. Na festa de São José, 19 de março de 1785, Clemente e Tadeu tornaram-se redentoristas, professando os votos de pobreza, castidade e obediência. Dez dias depois foram ordenados sacerdotes.

Há um fato na vida de Clemente que sinaliza o que o Evangelho e o Papa Francisco hoje nos exortam. Trabalhando com crianças muito pobres, era comum a Clemente mendigar ajuda para essas crianças. De sua história conta-se que certa vez, Clemente entrou numa taverna a fim de pedir esmola para um orfanato de crianças pobres que mantinha, quando um homem, de nome Kalinski, em resposta ao pedido do padre, encheu a boca de cerveja e cuspiu no rosto de São Clemente. Sem perturbação o santo enxugou o rosto e disse ao agressor: “Eu sou um pecador e mereço isso, você já deu o que eu mereço. Agora dê uma esmola para as minhas pobres crianças, elas merecem”. Nesta noite, Kalinski não conseguiu dormir de remorso, levantou-se e foi à casa de Clemente, entregou-lhe um saquinho de moedas de ouro e disse-lhe: “É para seus meninos”. Após esse encontro, os dois se tornaram grandes amigos. Não só as crianças foram abençoadas, mas o próprio Kalinski que poderia tão somente ser taxado de ignorante e insensível.

Jesus, que está sempre atento a cada um de nós, sobretudo aos desprezados pela sociedade, é Aquele que também espera que possamos abrir o coração e ser um tipo de presença, como foi Clemente para aquelas crianças.

Nossa oração: Amado Senhor, sei que, em teu Coração, jamais me desprezas, não importa quem eu seja ou como esteja. Dá-me, igualmente um coração que possa se solidarizar com os que estão mais à margem da sociedade. Que o exemplo de São Clemente me impulsione ao amor que persevera e vence até os obstáculos da maldade do ser humano. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em ti!

Para guardar: Tu permaneces atento a cada um de nós!


=== Clique em um dos números abaixo para ter acesso a mais conteúdo ===