[35º dia – Domingo, 02 de abril]
PÃO: EUCARÍSTICO

*** Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor ***
*** Dia da Coleta Nacional da Campanha da Fraternidade 2023 ***

Medite: 1Coríntios 11, 17-34

Reflita: “O pão nosso de cada dia” que suplicamos ao Pai que faça chegar às nossas mesas é também o Pão Eucarístico. Jesus que no-lo ensinou a pedir, foi quem no-lo deu, também. Acolheu a todos que o procuravam, não deixou que fossem despedidos sem algo para comer, recebeu os dons que foram apresentados, multiplicou-os e, por fim, mostrou que o verdadeiro Pão que vem do céu – o alimento que nutre para a vida eterna – é Ele mesmo (Jo 6, 35). Mostrou que só pode mergulhar no mistério – pois nunca compreenderemos essa dádiva – do que é o Pão Eucarístico quem o acolhe como Pão-Palavra, crendo no que Ele disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54).

Mas mesmo dando a si mesmo, deixando-nos um sacramento da sua presença real entre nós, o ser humano continua a ser o mesmo com seu egoísmo, mesquinharia e dureza de coração. O apóstolo Paulo, ao rememorar a noite em que o Senhor foi entregue, teve de exortar a Comunidade dos Coríntios que procedia de forma egoísta, fazendo com que a desarmonia se estabelecesse entre os irmãos na Igreja. Sempre precisaremos estar atentos ao nosso comportamento, pois essa raiz é comum a todos. Sempre, portanto, será tempo de conversão.

Iniciamos hoje a Semana Santa. Vamos acompanhar o que a CNBB nos fala sobre o sentido de cada dia: “O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades”.

Reze: ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2023

Pai de bondade, ao ver a multidão faminta, vosso Filho encheu-se de compaixão, abençoou, repartiu os cinco pães e dois peixes e nos ensinou: “dai-lhes vós mesmos de comer”. Confiantes na ação do Espírito Santo, vos pedimos: inspirai-nos o sonho de um mundo novo, de diálogo, justiça, igualdade e paz; ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária, sem fome, pobreza, violência e guerra; livrai-nos do pecado da indiferença com a vida. Que Maria, nossa mãe, interceda por nós para acolhermos Jesus Cristo em cada pessoa, sobretudo nos abandonados, esquecidos e famintos. Amém

Para guardar: “Todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que Ele venha.” (1Cor 11, 26)

Pratique: Faça hoje sua oferta generosa na Coleta da Campanha da Fraternidade.


[36º dia – Segunda-feira Santa, 03 de abril]
PROVAÇÃO: É PROVOCAÇÃO

Medite: Isaías 48, 10-22

Reflita: Procuro sempre acentuar que o sentido bíblico de provação é provocação! Deus provar o ser humano, enquanto esse tivesse de corresponder à altura ao que lhe foi pedido, seria algo equivalente a um elefante dizer a uma formiguinha: você terá de sustentar o peso de minha pata sobre você! Isso pode parecer um absurdo e impossível, mas é, na verdade, muito mais possível do que o ser humano sustentar uma prova que fosse dada pelo Todo-Poderoso.

De fato, o termo bíblico usado é “provação”, mas deve ser entendido no sentido de “provocação”. Provocar é chamar a si, ou, ainda, chamar à frente. É isso que Deus sempre faz conosco. Não é que tenhamos de provar nada a Ele, pois conhece totalmente nosso ser: “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos” (Jr 17, 10). Ele está, certamente, é nos chamando a algo maior e mais profundo, a níveis mais próximos daquilo e para aquilo que Ele nos criou.

Portanto, ao passar por uma situação difícil, tenha em vista o que o Senhor fala nesse texto do profeta Jeremias. Começa por dizer que nos passa pelo cadinho, como a prata, e nos prova no crisol da tribulação (Is 48, 10). No entanto, também diz que nos dá lições salutares e nos conduz ao caminho que devemos ir (Is 48, 17). Ou seja: toda tribulação pela qual passamos é, na verdade, uma provocação a algo melhor. Não tenha medo. Siga. Você irá vencer!

Nesse dia, em nossa Paróquia rezamos o chamado Ofício das Trevas. O nome “Ofício das Trevas” tem um profundo significado: ele remete às três trevas da vida: a natural, a litúrgica e a simbólica.

As trevas naturais são aquelas que ocorrem diariamente. Com o pôr do sol chega o anoitecer, as trevas, e é à noite que o Ofício deve ser rezado, lembrando as palavras de Jesus em Lucas 22, 53: “Esta é a vossa hora e do poder das trevas”.

As trevas litúrgicas, pois na celebração do Ofício das Trevas se apagam todas as velas, e essas serão acessas no Sábado de Aleluia, na bonita missa da Vigília Pascal, representando a Paixão do Senhor.

E as trevas simbólicas, que são a representação dessa escuridão que toma o mundo quando Cristo é crucificado; também as trevas do pecado, que são vencidas quando o Senhor ressuscita.

Reze: Senhor, eu sei que minhas provações não são maiores que o Senhor e que não me impedirão de caminhar. Sei que o Senhor me chama a viver uma nova dimensão de intimidade com o teu amor e que cada situação que atravesso me leva, na verdade, a um crescimento maior. Por isso, olharei as tribulações como oportunidades que me são dadas para evoluir. Assim creio. Assim confio. Assim me comprometo. Amém.

Para guardar: “Eu mesmo falei e o chamei. Eu o fiz vir e lhe dei feliz êxito.” (Is 48, 15)

Pratique: Pense de que forma você pode ser um “Simão Cireneu” para ajudar alguém a carregar o peso de sua vida.


[37º dia – Terça-feira Santa, 04 de abril]
PAIXÃO: AMOR APAIXONADO

Medite: João 13, 1; 15, 9-17

Reflita: Humanamente a paixão vem com um impulso enorme de sentimentos, emoções e impulsos. É um verdadeiro banho químico no organismo que provoca até mesmo reações violentas. Mas não é com essa conotação que aqui me refiro. O texto bíblico mostra, mais do que uma emoção repentina e até desproporcional, um amor entregue, oblativo, comprometido, feito de pura doação aos amados. É esse amor que ama até o extremo, ou seja, que ama até o último momento e com toda potência de alma.

Não há desiquilíbrio, não há cobrança, não há amarra de nenhuma espécie. Só há gratuidade, muitas vezes não correspondida. Ama por amar. O texto de Kalil Gibran sobre o amor ilustra bem esse amor apaixonado com que Jesus nos amou: “O amor só dá de si mesmo, e só recebe de si mesmo. O amor não possui nem quer ser possuído. Porque o amor basta ao amor. E não penseis que podeis guiar o curso do amor; porque o amor, se vos escolher, marcará ele o vosso curso. O amor não tem outro desejo senão consumar-se” (Kalil Gibran, O PROFETA).

E o amor apaixonado do Mestre não se volta para si mesmo. Não quer apenas que o amemos, mas que nos amemos, como Ele nos ama (Jo 15, 17). O que nos cabe então? Abra-se, deixe-se amar, deixe que o amor ame em você.

A espiritualidade dessa Terça-feira Santa: “A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega que faz, a ‘glorificação de Deus’, ainda que encontre, no caminho, a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser ‘luz das nações, para que, a salvação alcance até os confins da terra’. O Salmo é o 70: ‘Minha boca cantará Teu auxílio.’ É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.”

Reze: Como posso conhecer esse Amor que tens, Senhor? É como se uma gota de água pudesse compreender o que é o mar. Sei que só quando, a gota que sou, se unir ao oceano que és, não mais haverá necessidade nem ao menos de compreender, pois serei um contigo. Enquanto esse momento não chega, dá-me, ao menos, a graça de ser grato pelo amor apaixonado que me tens. Amém.

Para guardar: “Como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou” (Jo 13, 1)

Pratique: Seja mais generoso em tudo.


[38º dia – Quarta-feira Santa, 05 de abril]
PAIXÃO: O SOFRIMENTO QUE REDIME

Medite: Lucas 22, 39-46

Reflita: Paixão, além de ser expressão de um amor intenso, tem, também, o sentido de sofrimento. Em Jesus, esses dois significados se unem e se implicam mutuamente. Porque ama até o extremo, abraça o mais terrível sofrimento; e, ao sofrer, ama ainda mais intensamente. O Pai não exigiu nem desejou o sofrimento de seu Filho, mas permitiu-o como fruto do amor por Ele manifestado à humanidade: “Ninguém me tira a vida. Sou eu que a dou livremente” (Jo 10, 18). Esse é o sofrimento redentor! Da parte da humanidade, a dor infligida a Jesus é fruto do pecado, da maldade, daquilo que continuamos sendo capazes de fazer uns aos outros. Da parte de Jesus, foi entrega. Tendo doado tudo de si, restava-lhe, agora, doar seu próprio Sangue. 

A perícope que hoje proponho insere-se já no contexto de sua Paixão e está expressa, sobretudo, nesse versículo: “Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra” (Lc 22, 44). Será que conseguimos, ao menos, imaginar o que significou isso? Eu não consigo! Creio que nenhum de nós consegue. A alguns místicos foi dada a graça – a difícil graça – de provar, em parte, o que o Mestre passou e eles nos servem como testemunhas, para que mais intimamente nos predisponhamos a segui-lo. Só podemos ser agradecidos e corresponder a esse amor, sendo-lhe fiéis servidores.

Mergulhemos um pouco mais na espiritualidade da Quarta-feira Santa:  “A liturgia de hoje tem um sabor amargo: a traição de Judas. Não nos confundamos: Judas representa todas as forças do mal que tomam parte dos nossos pecados e que se opõem aos planos maravilhosos de Deus. No Evangelho de Mateus, a noite já descia sobre a cidade e os peregrinos que vinham para a Páscoa continuavam chegando. Um ar festivo invade tudo, uma espécie de canto da libertação. Judas fica em silêncio, parece não ter consciência de ter vendido o seu Senhor como se Ele fosse um escravo. Todos percebem que chegou a hora e Jesus está livre e decidido. A primeira leitura é o terceiro canto de Isaías – ‘não ocultei o rosto aos insultos’ –, é o ‘Canto da Paixão’, porque relata com detalhes o sofrimento do servo. O Salmo é o 68: ‘Ficamos impressionados com o grito angustiado de um justo perseguido’ (formação.cancaonova.com)

Reze: Alma de Cristo, santificai-me.  Corpo de Cristo, salvai-me. 
Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. 
Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. 
Dentro das Vossas chagas, escondei-me. Não permitais que eu me separe de Vós. 
Do inimigo maligno defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. 
Mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os Vossos Santos 
Pelos séculos dos séculos. Amém.

Para guardar: “Seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra.” (Lc 22, 44)

Pratique: Solidarize-se o quanto puder com alguém que sofre por algum motivo.


[39º dia: Quinta-feira Santa, 06 de abril]
PÁSCOA: DOS JUDEUS

Medite: Êxodo 12, 1-42

Reflita: A Páscoa Cristã tem suas raízes na Páscoa Judaica, mas com um novo significado, pela entrega de Jesus na Cruz e sua ressurreição. Vamos entender um pouco mais sobre essa Páscoa. “A Páscoa judaica é conhecida pelos judeus como Pessach, palavra do hebraico que significa passagem. É celebrada de acordo com o calendário próprio dos judeus. O calendário judaico (ou calendário hebraico) é conhecido por ser um calendário lunissolar, isto é, que se baseia nos ciclos da Lua e do Sol. A Páscoa judaica é comemorada anualmente no dia 14 de nissan (ou nisã), pelo fato de que a primeira Páscoa comemorada pelos judeus, enquanto eram escravos no Egito, aconteceu nos dias 14 e 15 de nissan, há cerca de 3500 anos”. Por isso, a Páscoa Cristã é próxima da Páscoa Judaica, mas não no exato dia, pois o calendário judaico é diferente do calendário ocidental. Mas é preciso lembrar que a Morte de Jesus aconteceu, naquele ano, na véspera da Páscoa Judaica. Neste ano de 2023, a Páscoa Judaica está sendo celebrada de 05 a 13 de abril.

“A primeira Páscoa aconteceu no contexto da escravidão dos hebreus no Egito. Esses, originários de Abraão, estabeleceram-se em Canaã e, depois de um tempo de seca e falta de alimentos, mudaram-se para o Egito, local no qual acabaram sendo escravizados. A libertação dos hebreus foi realizada por Moisés, logo após a execução das dez pragas no Egito, segundo a narrativa judaica. Ela aconteceu pouco antes da execução da décima praga, na qual o anjo da morte desceu ao Egito e matou todos os primogênitos daquela terra. O anjo da morte só não passou pelas casas daqueles que haviam seguido as ordens de Javé realizando a festa, da forma conforme havia sido ordenada, e passando o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Após a décima praga, os hebreus foram libertos da escravidão e autorizados a retornarem para Canaã.

A Páscoa judaica é inaugurada com o Sêder, isto é, um jantar no qual as famílias judaicas reúnem-se para relembrar e celebrar a libertação do povo hebreu. O jantar é realizado dentro de uma estrutura litúrgica que inclui: a leitura do Hagadá, um livro que contém a história de libertação dos hebreus; e o consumo dos alimentos, cada qual com sua ordem específica” (brasilescola.uol.com.br).

Jesus estava em Jerusalém nessa Semana Pascal dos judeus que culminaria no Shabat (o sábado) com a celebração solene. Quando a gente entende em que contexto acontece a última Ceia e a morte de Jesus, percebemos com muito mais clareza como as profecias se cumpriram plenamente n’Ele.

Nessa Quinta-feira Santa, louvemos o Senhor pelos dons que hoje nos são comunicados: a instituição do sacerdócio católico, a bênção dos óleos sacramentais, o Lava-pés, a instituição do Mandamento Novo do Amor e da Eucaristia. Que maravilhoso dia esse a ser vivenciado profundamente por cada cristão. É assim que iniciamos o Tríduo Pascal.

Reze: Senhor Deus, libertador do oprimido, que nunca abandonas o que em ti coloca a confiança. Eu te bendigo por tua fidelidade no decorrer dos tempos. Por enviares os teus santos profetas e, assim, preparares a definitiva Páscoa para a humanidade pelo sacrifício do Cordeiro Santo, teu Filho, Jesus, que por nós se entregou. Sejas bendito por todos os que temem e esperam em ti, em todos os povos e nações. Sejas bendito pelo povo da Primeira Aliança. Que reconheçam que Jesus é o Messias prometido e sejam, assim admitidos, à herança que a toda humanidade estendeste. Amém.

Para guardar: “Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o em honra do Senhor.” (Êx 12, 14)

Pratique: É essencial que todo cristão, que não apresenta problemas severos de saúde, participe de cada Celebração do Tríduo Pascal. Esteja atento, pois, e não deixe de celebrar a Páscoa, que não é só no Domingo, mas nos três dias que o antecedem, a começar de hoje.


[40º dia – Sexta-feira Santa, 07 de abril]
PÁSCOA: CRISTÃ

*** Dia de Jejum e abstinência de carne ***

Medite: João 18 – 19

Reflita: Chegamos ao término de nosso Caminho “40 Dias no Deserto com Jesus”. Cada dia foi nos conduzindo ao Monte Calvário, onde nos encontramos hoje. Percorremos as ruas de Jerusalém; sentamo-nos à Mesa com Ele, ao instituir a Ceia Eucarística; subimos ao Monte das Oliveiras para orar e vigiar; agora, O acompanhamos à Casa de Caifás, ao Pretório, às ruas de Jerusalém e, por fim, ao Gólgota.

Era véspera do Shabat, e era a Páscoa dos Judeus. Dia em que se devia imolar os cordeiros para se celebrar, a partir do pôr do sol, todo o memorial da instituição da Páscoa. O Cordeiro estava, enfim, imolado. Não era mais um animal, mas o próprio Filho de Deus. Estava extinta a antiga tradição e uma nova se inaugurava: a Nova e Eterna Aliança, concluída pelo Sangue de Jesus que, livremente, se entregava pela humanidade. O Messias viera para os seus, mas esses não o receberam, “mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade do homem, mas, sim, de Deus” (Jo 1, 12s).

Aproveite o dia de hoje para meditar, detalhadamente, no texto bíblico proposto. É dia de silêncio e recolhimento. Mude sua rotina. Dedique mais tempo à oração e, é claro, a participar da Solene Celebração da Paixão e Morte do Senhor, às 15h, em todas as comunidades. 

Deixo, ainda para você, o que a CNBB aponta como Catequese para o Sábado e o Domingo de Páscoa. Agradeço-lhe por estar comigo, durante esses quarenta dias. Lembre-se: NO DOMINGO DE PÁSCOA, INICIAREMOS UM NOVO CAMINHO ATÉ PENTECOSTES! Lembro ainda que, hoje, começa a NOVENA DA DIVINA MISERICÓRDIA. Ore por mim!

Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” – Ele se cala no sepulcro agora:  “Tudo está consumado!”.

Vigília Pascal  –  Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando, na oração e no jejum, Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu Senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob seu poder.

Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que d’Ele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).

Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o Corpo de Jesus foi sepultado e ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Pessach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.

Reze: Hoje traze-me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da minha Misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que Me afunda a perda das almas.”

Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vossa infinita bondade. Acolhei-nos na mansão do vosso compassivo Coração e nunca nos deixeis sair dele. Nós vo-lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda humanidade, encerrada no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão, mostrai-nos a Vossa Misericórdia, para que a glorifiquemos por toda a eternidade. Amém.

Para guardar: “Um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água.” (Jo 19, 34)

Pratique: Seja solidário na COLETA PELOS LUGARES SANTOS, que acontece hoje.